ORLA

ORLA

Local

Porto Alegre – RS

Ano de projeto

2022

Ano de conclusão

Previsão para 2024

Área

7620m²

Equipe

Arquitetura: Studio Prudencio

Interiores: Studio Prudencio

Paisagismo: Creare

Luminotécnico: FOS

Imagens: Neorama

Incorporadora: Maiojama

Premiação

Categoria Ouro na Certificação em Sustentabilidade Ambiental da Prefeitura Municipal de Porto Alegre

O ponto de origem do projeto foi a singularidade do local onde está implantado. A esquina da Avenida Praia de Belas com a Aureliano de Pinto Figueiredo é um espaço que pode ser considerado como uma zona ecótone, que amarra características distintas das localidades do entorno, como a efervescência da Cidade Baixa e Centro Histórico, a calmaria do Menino Deus, a maturidade da região administrativa e a leveza da Praça Isabel, a Católica, além do principal cartão postal da cidade, a Orla do Guaíba.

 Com esse contexto o edifício se propõe a ser um espaço de possibilidades, não apenas para os moradores mas também para os frequentadores das proximidades. Iniciando pelo acesso do edifício, que além de possuir dois espaços comerciais que estimulam o uso da calçada por pedestres, se desprende do tradicional gradil no alinhamento e oferece parte da área do terreno para a cidade, onde há um paisagismo denso que cria uma relação direta com a praça em frente. Complementando esta área verde do acesso, o empreendimento incorpora uma área residual (fruto de uma desapropriação por abertura de vias e que é propriedade da prefeitura) que estava abandonada e cria uma nova praça com tratamento paisagístico e equipamentos urbanos, gerando um novo ponto de interesse para a região.

 Compondo com esse jardim urbano, o acesso ao edifício se dá através de uma eclusa que foi pensada como um espaço de aguardar, porém com uma ambiência agradável (diferente das eclusas tradicionais) através de um espaço amplo e mobiliários confortáveis. Nesse espaço se dá o controle de segurança através do contato com a portaria, que permite o acesso ou recebimento de encomendas que serão armazenadas no depósito condominial. Esta organização espacial e de controle se caracteriza como uma espécie de degradê do público para o privado de uma forma suave, gerando uma estratégia de segurança mais efetiva e menos agressiva.

 As áreas condominiais do edifício seguem a mesma lógica de diversidade de usos, sendo composta por espaços para facilidades da rotina diária como lavanderia, armazém condominial e bicicletário no segundo pavimento. Ainda neste andar, foi projetado um espaço para estar e receber pessoas, podendo ser utilizado para trabalho, lazer e alimentação, que é integrado com a área externa, composta por um terraço com vista para a praça em frente ao edifício.

 Os apartamentos explicitam o caráter abrangente do edifício através da variabilidade de tipologias. As unidades são compostas por apartamentos de um, dois e três dormitórios absorvendo diversos tipos de públicos. Como uma forma de reforçar a relação com o entorno e as vistas disponíveis, foram projetadas sacadas abertas em todas unidades do empreendimento sejam elas de um, dois ou três dormitórios.

 Como ponto alto do empreendimento, o rooftop foi pensado como um espaço de convivência integrado e que se caracterize como um mirante que direcione as visuais do usuário para todos lados da cidade. O espaço construído se concentra em um núcleo fechado com as circulações verticais, sanitários e espaço gourmet e circundando este núcleo, se distribuem o estar, a área vinculada ao espaço gourmet e a academia. Todos estes espaços circundantes foram projetados com o cuidado para que não bloqueassem as visuais da cidade. Esse conceito foi levado em consideração desde a definição dos mobiliários baixos e sóbrios, passando pelas definições de iluminação até as vedações externas que serão constituídas por grandes planos de vidro criando essa sensação de mirante desde o momento da saída do elevador. A área externa do espaço condominial é composta por horta, pomar, área para exercícios vinculada à academia, setor de pets solarium e piscinas com espelho d’água. Os corpos dágua têm um caráter funcional, através da ditribuição de um setor raso, um deck molhado e uma raia de 20 metros, além de uma função simbólica, já que se distribui pelo perímetro externo ao volume envidraçado se posicionando com uma continuidade do Lago Guaíba, que é visto das áreas internas do rooftop.

A estratégia compositiva do edifício busca um equilíbrio entre vitalidade e respeito ao entorno, criando uma base sólida, porém sóbria e recuada, que estimula atividades e se relaciona com a rua. Na torre a variabilidade das sacadas compostas pelas abas cria um movimento que se destaca pelo fundo sereno de aberturas e fechamentos em tons terrosos. A pérgola do rooftop propõe um coroamento formal e simbólico, pois compões o espaço mais significativo do edifício.